Sabiam que desde 2018 há um dia dedicado às abelhas? E assinala-se hoje, 20 de maio. Mais do que celebrar a grandiosidade destes pequenos insetos, esta data ajuda-nos a refletir sobre a conservação ambiental e o papel (fundamental) dos polinizadores na natureza.

Ao lado das borboletas, das mariposas, das vespas e dos besouros, as abelhas têm um impacto direto no equilíbrio (ou não) dos ecossistemas a vários níveis: na manutenção e regeneração da biodiversidade; como indicadores de possíveis riscos ambientais e garantem, por meio da polinização, a variedade dos alimentos que nos são disponibilizados. 

Comemoramos a data trazendo para este artigo um dos néctares produzidos pelas abelhas. Contaremos de onde vem o mel disponibilizado nas nossas lojas, quem o produz e qual a sua história. Para isso, convidámos o David Barbas, da Jomavil

De onde vem o nosso mel?

O nosso mel rosmaninho é “cultivado” no norte do país por uma rede de famílias apicultoras da região de Trás-os-Montes. São cerca de 10 famílias envolvidas no processo de produção do mel em áreas selvagens.


Imagem: Arquivo Jomavil

Hoje celebramos o Dia da Abelha, mas parabenizamos também os trabalhadores do campo que se dedicam a (doce) arte de produzir mel. Todo o nosso respeito e admiração por serem verdadeiros guardiões e protetores das áreas onde ocorrem o manejo e a produção do mel.


Imagem: Divulgação

“O tratamento das abelhas e o cuidado com o está à sua volta são fatores essenciais que garantirão a qualidade e a certificação biológica do produto. Ou seja, o local onde os nossos apicultores têm as suas colmeias precisa estar inserido numa área mais protegida ou selvagem, sem que haja exploração agrícola de forma irresponsável”, explica David.

Isso porque as abelhas são sensíveis a qualquer alteração no ecossistema. São uma das primeiras espécies a sentirem os efeitos seja da degradação, dos pesticidas ou qualquer outra ação que comprometa o equilíbrio natural. Noutras palavras, se o mel é produzido numa área totalmente selvagem ou ecologicamente equilibrada, a sua qualidade e a sua quantidade estão garantidas!

Curiosidades

Sabiam que há cerca de 30 mil espécies diferentes de abelhas? A maioria são polinizadoras, mas infelizmente estão (gravemente) comprometidas com o mau uso da terra, o “envenenamento” dos solos e as monoculturas.

(Fonte: ONU - Organizações das Nações Unidas)

Mel de rosmaninho

De cor clara e com um aroma floral intenso (e delicioso), o mel rosmaninho é encontrado numa altitude aproximada de 400 metros, nas regiões norte, centro e sul de Portugal. Como já contámos anteriormente, o nosso mel é proveniente da região norte.

O mel rosmaminho é um mel monofloral, ou seja, é produzido a partir de uma única espécie de flor, a Lavandula stoechas.


Imagem: Revista Jardins

Há quase cinco anos que recebemos este mel das famílias que o produzem. O David recorda com carinho o início da parceria com a Maria Granel:

“Arrisco dizer que talvez sejamos um dos primeiros fornecedores da Maria Granel. A nossa relação começou um pouco antes da abertura da primeira loja, em 2015. Fomos contatados pelo Eduardo, que nos convidou para fazer parte desse projeto tão inspirador.

Poder fazer parte da primeira loja a granel de Portugal é um imenso orgulho. As nossas missões estão alinhadas, por isso, trabalhar com toda a equipa Maria Granel é tão bom, conseguimos sentir o compromisso de todos!”

De medicamentos a receitas

Não é de hoje que o mel é apreciado e consumido. Afinal, quem nunca recebeu aquele (doce) conselho de colocar uma colher de mel no chá de limão para prevenir gripes ou para aliviar a tosse e as dores de garganta?

Muito antes de as nossas avós nos “receitarem” o mel, ele já estava presente em curativos feitos por povos antigos. É o caso dos sumérios (civilização que viveu na região sul da Mesopotâmia nos anos 4.000 A.C). Depois, foi a vez dos egípcios usarem o líquido para tratarem problemas de pele. Só depois de “viajar” por entre os povos é que o mel chegou para adoçar as nossas receitas.

Principais benefícios do mel

  • Alivia a tosse: possui propriedades anti-inflamatórias e “calmantes”, sobretudo, na tosse noturna;
  • Alimento nutritivo: é constituído por uma grande variedade de vitaminas e minerais, como cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio e zinco.
  • Saúde intestinal: as suas propriedades probióticas e antibacterianas equilibram a flora intestinal;
  • Cuida do nosso coração, por ser uma excelente fonte de antioxidantes, reduzir a taxa do colesterol LDL e reduz a formação de placas nas artérias;
  • Melhora o sono, por estimular a produção da serotonina (responsável pela sensação de prazer e bem-estar), reduz o stress e promove um maior relaxamento;
  • Combustível natural: muito apreciado por atletas, o mel é rico em açúcar e carboidrato, o que traz a energia (natural) necessária para provas de resistência, por exemplo;
  • Previne o envelhecimento precoce, graças às propriedades antioxidantes, o mel combate os efeitos dos radicais livres no nosso organismo;
  • Cuidados com a pele: um verdadeiro “amigo” dos tratamentos estéticos, deixa a pele mais macia, uniforme e sem manchas.

Cuidados: É aconselhável que pessoas diabéticas consultem os seus médicos sobre o consumo do mel. Além disso, ele pode conter vestígios da bactéria que causa o botulismo. Segundo orientações do INSA – Instituto Nacional de Saúde é desaconselhado que crianças menores de dois anos consumam mel.

(Doce) dica sobre como conservar o nosso mel

Nada melhor do que receber uma dica (valiosa) de quem entende de mel. O nosso convidado, David Barbas, partilhou algumas informações importantes para conservarmos o nosso “néctar” por mais tempo.



  • Manter o mel entre os 15ºC – 20ºC, abaixo dos 15ºC o mel pode cristalizar, é normal que ocorra, não interfere na sua qualidade;
  • Guardá-lo em lugar seco e protegido do sol, por exemplo, na despensa;
  • Evitar mudanças bruscas de temperatura.


  • Evitar deixar o frasco do mel aberto;
  • Evitar deixá-lo em lugares húmidos, isso porque pode ocorrer a sua fermentação.

Se estivermos atentos a estes pequenos cuidados, o nosso mel tende a durar por muito tempo.

E por aí, são também apaixonados por mel?

Que tipo de receita não pode faltar este precioso produto?

Adoraríamos saber!

Feliz dia mundial da abelha! Bee Happy!

Créditos da fotografia de destaque do artigo: o nosso muito obrigada à querida Madalena Brandão que nos deu autorização para publicar a sua fotografia.

Fontes: ONU News; Federação Nacional dos Apicultores de Portugal; Livro“Healing Honey: A Natural Remedy for Better Health and Wellness” ; ECYCLE; National Honey Board; Insa – Instituto Nacional de Saúde