Anualmente, milhões de toneladas de lixo, entre eles o plástico, chegam aos nossos mares.

Há quem olhe para este desafiante problema e desenvolva negócios que retiram este plástico do oceano e o reaproveitam, incorporando-o numa nova cadeia produtiva.

 

Dados alarmantes

Uma investigação publicada na revista científica Science Advances revelou que de todos os plásticos produzidos até hoje, estima-se que 60% foram descartados em aterros sanitários ou no ambiente natural. Já um estudo da Nature Sustainability indicou que 80% do lixo encontrado nos oceanos é composto por plástico, sobretudo, sacos e garrafas. Surgem depois o metal, vidro, roupas e outros artigos têxteis, borracha, papel e madeira processada.

O estudo postula que a maior proporção de plástico se encontra nas águas superficiais (95%), seguidas da costa (83%), enquanto os leitos dos rios apresentam a menor percentagem (49%).

 

 

natgeoFotografia: Afrianto Silalahi, Barcroft Media

 

 

Oportunidade de minimizar os impactos                                                 

Mundialmente, diversas iniciativas estão a surgir ancoradas no compromisso de minimizarem os impactos causados pelos descartes. Em Portugal  vemos um crescente surgimento de empresas que estão a apostar neste setor.     

Sabias que a inovação na tecnologia têxtil permite transformar o plástico coletado nos oceanos em novos fios?

 

5 Marcas nacionais que reaproveitam o plástico  

 

1- Bôl’ter Intimate 

É uma marca de lingerie portuguesa, criada e desenhada no norte de Portugal, que utiliza plásticos e tecidos reciclados na sua cadeia de produção. 

As rendas e as malhas são feitas com fibras recicladas de garrafas plásticas e/ou outros objetos como: redes de pesca, resíduos têxteis, náilon ou poliéster. 

Além da marca ter eliminado todos os produtos químicos (e tóxicos) normalmente utilizados na indústria têxtil, a empresa fomenta e apoia empresas locais, onde as lingeries são cuidadosamente feitas à mão. 


213383900 311210774040030 7109474891070445794 nImagem: Bòl´ter

 

2Conscious Swimwear 

Os biquínis desta marca são produzidos a partir do plástico recolhido no mar, sendo a principal fonte o nylon regenerado (ECONYL®), que é uma fibra criada a partir de resíduos dos oceanos e de aterros em todo o mundo. Por meio de um processo de regeneração radical, o nylon volta à sua pureza original e pode ser usado para produzir novos produtos. 

As peças são produzidas por uma equipa de costureiras locais num atelier em Lisboa . 

Conscious SwimwearImagem: Conscious Swimwear

 

3- Light Years Away 

A marca de desporto foi criada por duas irmãs que viram nos resíduos plásticos industriais, redes de pesca, restos de tecidos e no nylon (ECONYL®) potenciais matérias-prima para as suas peças:  leggins, tops, calças, shorts, biquínis e acessórios.  

Além de as peças serem produzidas localmente, numa oficina dirigida por mulheres, as suas  embalagens são compostáveis e os rótulos são de papel semente. 


Light Years Away Imagem: Light Years Away

 

4- Skizo 

É no concelho português de São João da Madeira que são fabricados estes ténis cheios de estilo. 

Além dos sapatos, a Skizo produz sacos, bolsas e máscaras com tecidos criados a partir do plástico retirado do oceano pelas mãos dos pescadores parceiros. 

A marca possui ainda um programa para os sapatos no final de vida (logística reversa). Depois de devolvidos, os sapatos são consertados e doados a quem precisa. 

É uma empresa certificada BCORP.

 

skizoImagem: Skizo

 

5- Zouri 

É uma marca que utiliza o plástico retirado da costa portuguesa na produção de calçados ecovegano. 

A fábrica está situada em Guimarães, mas conta com o apoio de um grupo de seiscentos voluntários de instituições locais, ONGs e escolas que ajudam a limpar toda a costa. 

Desde a sua fundação, em 2018, a marca retirou cerca de uma tonelada de plástico das praias portuguesas. 


zouriImagem: Zouri

 

Sentimos muito orgulho nestas e outras tantas marcas nacionais que estão a nascer com o propósito de fazer deste mundo um lugar  ambientalmente mais equilibrado e socialmente mais justo. 

 Até já!