Eu ainda era uma criança quando os primeiros sinais de sangue surgiram… Lembro-me de não estar pronta para receber aquela “visita”. Isso porque cresci a ouvir, das mulheres mais próximas, que “não podiam ir à praia por estarem menstruadas” ou “tinham de reforçar a higiene por causa do odor do sangue”, “não podiam usar a roupa que queriam, porque, a qualquer momento, o fluxo poderia vazar”… Sem contar com aquela “atmosfera”, quando uma ou outra mulher precisava ir à casa de banho; era uma verdadeira “missão” – retirar os pensos da mala, escondê-los debaixo da t-shirt e só depois correr para a troca. Ufa, que maratona! Não queria isso pra mim!

Tarde de mais… Aos 11 anos de idade a minha primeira menstruação apareceu, rodeada das infinitas recomendações, conselhos e dos: ” isso você não pode fazer enquanto estiver naqueles dias…”. Resultado: fiquei apavorada! 

A ideia deste artigo nasceu com o intuito de trazermos luz a algo tão especial e importante das nossas vidas. Um assunto que por tanto tempo foi censurado, descartado, desprezado por uma sociedade patriarcal. Basta mergulharmos (historicamente) na vida das mulheres nos diferentes tempos e lugares do mundo. Será que elas tiveram permissão de experienciar (livremente) os seus ciclos? Podemos também vasculhar os baús das nossas antepassadas para tentarmos encontrar resquícios de uma menstruação vivida na sua plenitude…

Voltando ao meu testemunho, eu cresci e (depois de muitos anos) a usar os tradicionais pensos e tampões que “escondem” plásticos, químicos controladores de odores e outras tantas substâncias prejudiciais à saúde feminina, conheci uma alternativa mais segura, saudável, econômica e ecológica – o copo menstrual.

Copo menstrual

Ele pode ser encontrado nas nossas lojas , nos produtos de higiene pessoal. É um dos “campeões de audiência” feminina. Desperta curiosidade e é (mais um) motivo para as nossas queridas freguesas voltarem à loja e partilharem connosco as suas experiências com os copos menstruais. Adoramos ajudar!

É bom para a nossa saúde, para o nosso bolso e para o ambiente, que fica livre de receber tantos pensos e tampões descartáveis.

Já pararam para pensar na quantidade de lixo que produzimos durante a nossa vida fértil?

Quanto custa a nossa menstruação?

Um estudo realizado pelo portal Msn Lifestyle considerou mulheres que trocam (em média) de pensos ou tampões a cada quatro horas, o que representa umas seis unidades por dia. Isso para um ciclo de quatro a cinco dias por mês ao longo da sua vida fértil (que é de aproximadamente 40 anos).

Durante este período, cada uma de nós, utilizará cerca de 10 a 15 mil pensos/tampões. O estudo ainda calculou o valor que gastaríamos com a “indústria” da menstruação – Consideraram produtos de marca branca (0,06 cêntimos a unidade), o que resultou num valor de cerca de 600 euros (no mínimo).

Os copos ou coletores menstruais, assim como os pensos reutilizáveis e as cuecas absorventes surgem como uma alternativa mais saudável, economicamente viável e ecologicamente responsável. Isso porque são reutilizáveis. O copo, por exemplo pode durar até 10 anos. Além disso, estes itens são feitos (em geral) com matérias primas que respeitam o nosso corpo e que têm menor impacto no ambiente.

Como escolher o copo menstrual?

Há disponíveis no mercado diferentes marcas, tipos, formas e tamanhos de coletores. Nas nossas lojas trabalhamos com os copos menstruais da marca OrganiCup, conhecida mundialmente por ter recebido importantes prémios e pela alta taxa de satisfação.

Dispomos nas nossas lojas três tamanhos:

 

Imagem: OrganiCup

Como usar o copo menstrual?

No início, assim como foi para mim, a utilização do copo pode ser estranha, sobretudo, para colocá-lo. E é aqui que a “experiência” com o nosso sangue começa – Pouco a pouco conheceremos o nosso corpo, através do toque descobriremos o nosso próprio método para colocarmos o copo menstrual. Não há uma “receita de bolo”.  Somos diferentes, e é essa, uma das belezas de sermos mulheres!

Embora não haja uma “regra” de utilização dos copos menstruais, a OrganiCup explica, por meio do vídeo, quais os principais cuidados devemos ter com os nossos copos, sugere algumas possíveis posições para introduzir e retirar o copo e até uma comparação rápida com os tampões.

OrganiCup

Um olhar mais holístico

Desde que eu comecei a descobrir o meu corpo, por meio do copinho (como lhe chamo carinhosamente), tenho aprendido a lidar (sem medo e sem repugnância) com o meu sangue. Descobri que ele “guarda” muitos nutrientes, também pudera – seria o “alimento” para o bebé que não foi gerado. Assim, e incentivada por outras mulheres que aprenderam a conviver (livremente) com os seus ciclos, passei a “plantar a minha lua”. Durante as minhas menstruações, devolvo para à terra o que ela me deu, o sangue. Após cada “troca”, eu retiro o sangue e diluo num copo com água (acreditem, não há cheiro) e rego as plantas aqui de casa. Essas por exemplo são “alimentadas” mensalmente.

 

 

Mais do que economizar dinheiro na compra de uma destas alternativas para termos uma menstruação mais saudável e responsável, o que me surpreendeu foi a possibilidade de mergulhar (a fundo) nos meus ciclos, sentindo-os nas minhas próprias mãos.

E por aí, já experimentaram? Alguma dúvida? Podemos ajudar?

Queremos saber!

Fontes: Organicup; Msn Lifestyle;