Os rostos e os nomes que vão encontrar neste artigo serão certamente familiares. Isto porque diariamente somos nós que recebemos os queridos fregueses nas lojas de Alvalade e Campo de Ourique. A nossa equipa juntou-se para abrir os baús das nossas memórias de Natal mais especiais.
Nélia (Alvalade)
O Natal da nossa Nélia começava no primeiro dia do mês de dezembro. Era neste dia que a decoração (com muitos elementos naturais) acontecia em família: pai, mãe e irmã, em Leiria, a sua cidade.
“Na manhã do dia 24, bem cedo, já havia o cheirinho das filhós na nossa cozinha. Não tínhamos um prato específico para esta noite, celebrávamos com o que havia. Quase sempre era um galo que era criado ali mesmo, no nosso quintal", relembra Nélia.
O momento mais aguardado da noite era a Missa do Galo - “O frio era muito, mas nós lá íamos e encontrávamos o restante da família”.
A magia acontecia quando a família regressava da igreja. “Tão bom lembrar a estranheza que sentíamos quando regressávamos à casa e víamos a nossa árvore-de-natal com prendas” , conta.
O tempo passou, mas o espírito do Natal permanece o mesmo - a simplicidade! De alguns anos para cá é a Nélia que faz as prendas que oferece - bolachas, preparados para bolos, mix para chocolate quente, doces ou peças de costura criativa, são apenas alguns exemplos que enchem de alegria quem as recebe!
Patrícia (Campo de Ourique, Distribuição e Coordenação de lojas)
A nossa Patrícia decorou a sua casa com os materiais que já tinha e que reaproveitou. “Para as coroas eu utilizei os vimes das videiras que o meu pai me arranjou do seu terreno. As pinhas decorativas, trouxe de uma viagem que fiz há dois anos à Serra da Estrela”, conta.
Com os tecidos excedentes de um cortinado e de uma colcha, fez uns pendentes para a árvore. “Para a mesa de jantar mantive o conceito de usar o que tenho, a toalha era da minha sogra, as bases dos pratos eram da minha mãe, usei algumas frutas secas e velas com cera de origem vegetal (somos vegan!). Não comprei nada!”, diz.
Sobre a sua ceia, ela conta-nos que será composta por alimentos de origem vegetal e que pretende mostrar aos familiares que é possível alimentar-se bem respeitando os animais e o meio ambiente. A nossa Patrícia é do Bombarral, distrito de Leiria.
Rogéria (Campo de Ourique e Alvalade)
A nossa Rogéria nasceu na cidade de Liberdade, no Estado de Minas Gerais, Brasil. Como uma boa “mineirinha” que é, a sua principal memória do Natal está ligada à família e aos pratos típicos da sua região. “Natal para mim é família, é estar com quem amamos! A casa vivia cheia - pais, tios, primos e avós. A nossa ceia também era farta, mas simples, composta por produtos dali mesmo - leitoa, que era criada no quintal, farofa, arroz e não podia faltar o pudim de leite, o meu preferido!”, conta.
No seu terceiro natal em Portugal, a nossa Rogéria celebrará a noite do dia 24 ao lado do seu companheiro com uma ceia mista: sabores nacionais e da sua terra, incluindo a farofa e o pudim.
Ana Filipa (Alvalade)
Para a nossa Ana Filipa, nascida em Viseu, uma das lembranças do Natal é ir à lenha para alimentar a lareira com a sua mãe. "Na minha memória, estão as noites frias da Serra da Estrela, onde éramos agraciados pelas decorações do presépio da minha avó, que, mesmo não estando mais connosco, faz-se presente todos os anos”, partilha ela. Conta-nos também que a sua memória olfativa a leva diretamente à cozinha dos avós - “Com o cheiro das rabanadas cheiinhas de canela, e todas aquelas receitas tradicionais capazes de perpetuar o amor dos meus avós para lá do tempo e do espaço”.
Lizandra (Campo de Ourique)
Chegou a minha vez de abrir o baú. Ele está enraizado do outro lado do oceano, na cidade de São Paulo, Brasil. Foi lá que eu cresci e que fui criada numa família pequena. O meu nome é Lizandra (encontram-me na loja de Campo de Ourique e sou também responsável pela produção de conteúdos para o blog) e, durante toda a minha infância, a tradição era preparar-nos para receber o Papai Noel (aqui, Pai Natal) na noite do dia 24 de dezembro na casa dos meus avós (que tenho o privilégio de ainda ter connosco). Lembro-me do frio na barriga que sentia quando a noite caía. A minha irmã e o meu primo eram sempre os mais corajosos à espera do Bom Velhinho.
Após a ceia que era composta basicamente por peru, arroz, frutos secos e salpicão (maionese de frango com temperos) ficávamos atentos ao sinal. Minutos antes da tão aguardada visita, o meu pai sempre tinha uma “dor de barriga” e sumia. “Ho-Ho-Ho, Feliz Natal!” e lá entrava o Papai Noel acompanhado do seu sino mágico pela porta da frente da casa, trazendo no seu saco muitas prendas.
É com alegria que me recordo deste capítulo da vida, ao lado da minha família. Infelizmente, o momento atual não permite a presença física, mas reviver estes momentos ajuda a manter viva a essência do Natal em mim!
Estando perto ou longe de quem amamos, que seja um Natal cheio de amor e esperança!
Um abraço cheio de amor a granel,
Equipa Maria Granel!