Damos as boas-vindas ao mês de agosto, um dos meses mais aguardados do ano, período em que a maioria de nós faz uma pausa (necessária) para recarregar as baterias. Se esse é o teu caso, partilhamos 10 Dicas para férias com menos impacto para que o descanso ajude também a contribuir (e muito) para a saúde do Planeta.

Planear as férias é um daqueles momentos mais desejados do ano. Geralmente, a organização começa muito antes de a viagem acontecer: pesquisar sítios, hotéis/lugares para pernoitar, atividades culturais, visitas e tantos outros planos que exigem de nós um certo nível de preparação. Por outro lado, nem sempre é fácil termos presente uma componente importante na hora em que planeamos uma viagem: o potencial impacto que geraremos com a nossa deslocação e permanência num determinado local.

 

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Pode não parecer, mas, sempre que visitamos uma cidade, independente do tempo que ficamos nela, estamos a causar algum impacto, muitos deles negativos. Se, por um lado, estamos a fomentar a economia local e a geração de empregos, por outro, podemos causar impactos como pressão ambiental, produção de lixo, pressão inflacionária nos preços, especulação imobiliária, o que se torna dramático para a população local - o lado obscuro e menos positivo do turismo. 

Além dos parâmetros económicos e sociais, o turismo desordenado pode incentivar, inclusive, a descaracterização cultural de um local. Isso reflete-se no artesanato, gastronomia e em outras manifestações tradicionais. Então quer dizer que não devemos mais viajar? Não é isso, viajar e expandir fronteiras é sempre bom, mas podemos começar a pensar e, sobretudo, escolher melhor os impactos que deixamos no caminho. Podemos priorizar, na medida do possível, roteiros e locais que promovam a inclusão social, a conservação ambiental e que preservem as suas tradições e cultura. Partilhamos 10 Dicas para férias com menos impacto.




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1- Priorizar, sempre que possível, alojamentos responsáveis

Basta uma pesquisa rápida para descobrirmos opções de alojamentos que respeitem o meio ambiente e contribuiem para minimizarmos o nosso imapcto. Muitos possuem certificação que garante esses compromissos. 

No ano passado o portal da Time Out divulgou uma lista de eco resorts em Portugal que estão comprometidos com a conservação dos recursos naturais e a preservação ambiental. 



2- Preparar a mala 

Com o destino das férias definido, podemos planear a nossa mala (sim, no singular). Por exemplo, se ficarmos num local onde precisaremos cozinhar, podemos passar um pente fino na nossa despensa e levar os alimentos que estão prestes a vencer a validade. Se fomos acampar, não esqueçamos a separaça dos recicláveis. 

Outra dica que minimiza o nosso impacto e não pode faltar na nossa mala são artigos reutilizáveis e produtos de higiene pessoal biodegradáveis. 

 

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3- Emprestar ao invés de comprar

Muitas vezes escolhemos um destino que nos exige equipamentos específicos, por exemplo num campismo. Nesse caso, ao invés de comprarmos esses itens, podemos pedi-los emprestados a amigos que costumam praticar campismo ou mesmo alugar em lojas especializadas. Numa pesquisa rápida, chegamos ao portal Free Spirit Campers

 

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4- Planear o transporte 

Planear a forma como nos deslocamos até o nosso destino é também fundamental. Perguntas orientadoras podem auxiliar-nos na decisão: podemos partilhar o carro e assim otimizar a nossa pegada? Se for necessário apanhar um avião, tenho condições para priorizar as operadoras que já possuem uma política ambiental clara e consistente? Há possibilidade optar por transporte público, como o comboio?

 

5- Preservar o ambiente

Uma das premissas do turismo sustentável é não alterarmos as características originais dos locais visitados.

Na prática: se realizarmos uma caminhada, por exemplo, devemos manter-nos no trilho marcado, isso garante a manutenção da vegetação ao redor. Cuidar para que o nosso lixo não impacte a fauna e a flora. 

 

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6- Optar por peixes e frutos do mar de fontes sustentáveis 

Por mais delicada e controversa que seja a garantia de sustentabilidade de um pescado, o facto é que as populações de peixes à escala mundial estão a diminuir. Se há um caminho longo a percorrer enquanto sociedade, e aqui incluem-se diferentes setores - o poder público, as políticas públicas, leis e fiscalizações mais claras, há algumas atitudes simples que podemos adotar enquanto consumidores: 

  • Optar, sempre que possível, por pescados com dimensões acima do tamanho mínimo de captura. O WWF divulgou, num dos projetos apoiados pela União Europeia, algumas características, entre elas, o tamanho, de peixes comuns na costa portuguesa;
  • Podemos priorizar o consumo do pescado de águas nacionais e contribuir para a redução das emissões de gases associados ao transporte e à refrigeração. O portal Ciência Viva, uma Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, divulgou as principais espécies de pescado de Portugal;
  • Podemos também evitar algumas espécies de peixes ameaçadas de extinção como: a solha, o peixe-espada e a enguia.



7- Descobrir a cultura local

Essa etapa da jornada pode ser enriquecedora e surpreendente. Podemos até pesquisar previamente as tradições culturais e gastronómicas do local a ser visitado, mas nada como estarmos dispostos a uma imersão autêntica no artesanato, manifestações artísticas e folclóricas e pratos típicos. 

 

férias 1Caretos de Carnaval e os tradicionais pasteis de natal de Portugal

 

 

8- Evitar produtos que exploram a vida marinha

E por falar em artesanato, devemos estar atentos aos produtos que podem, de alguma forma, comprometer a saúde e a conservação do ambiente. É o caso, por exemplo, de peças feitas a partir de coral, conchas ou carapaças de animais (como tartarugas, tubarões e outros). Podemos evitar consumir esse tipo de “artesanato”. 

9- Desfrutar da natureza com responsabilidade

Se a natureza for uma companheira nas nossas férias, se pretendemos interagir com ela desfrutando de caminhadas, trilhos, relaxando na praia, mergulhando ou qualquer outra atividade, devemos ser responsáveis. Explorar e desfrutar sem interferirmos na vida natural. Isso inclui não remover pedras, plantas, corais ou outros itens que encontrarmos no caminho. 

“Da natureza nada se tira além de fotos, nada se deixa além de pegadas e nada se leva além de lembranças”. Rodrigo Milla



10- Trazer na mala boas lembranças

Por mais que a tecnologia nos permita, em tempo real, partilhar as nossas experiências, podemos aproveitar as nossas lembranças para sensibilizar as pessoas quanto a importância de levarmos e trazermos nas malas bons exemplos de viagens de férias com menos impacto. Publicar posts, inaugurar um blog de viagem, galeria de fotos e tudo o que a criatividade potenciar.  

Boas férias!

 

Fontes e inspirações: National Geograph; WWF; Ciência Viva e Azul.