No artigo de hoje, apresentamos uma receita com inclusão de um ingrediente menos comum: alga kombu. Apresentamos uma receita de pastéis de grão e kombu, na qual, esta alga, para além de adicionar valor nutricional, confere também um sabor semelhante ao do peixe, aproximando o sabor desta receita ao de uns típicos pastéis de bacalhau.

 

 

 

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Algas na alimentação 

O termo algae refere-se, na verdade, a 2 tipos de algas: macro e microalgas.  As macroalgas, são aquelas mais comummente encontradas na alimentação, como nori, kombu ou wakame. Por sua vez, as microalgas são um grupo altamente diversificado de microrganismos, entre os quais encontramos, por exemplo, a spirulina e a chlorela. [1,2]

As algas, em particular as macroalgas, têm vindo a ser utilizadas na culinária de diversos países, em especial, asiáticos, desde há muitos anos, sendo, de facto, estes países os principais consumidores. [2]

Ainda assim, estas têm vindo a ser utilizadas em países ocidentais com diversos propósitos, tanto a nível culinário de forma direta, como para a extração de substâncias como o agar. [2]

São de facto alimentos bastante versáteis que podem ser integrados em diversas preparações e confeções como sopas, saladas, condimentos, diversos tipos de alimentos processados. 

 

 

Benefícios Nutricionais

As algas são consideradas alimentos bastante ricos do ponto de vista nutricional, sendo boas fontes de minerais - como o iodo, magnésio, zinco, selénio, entre outros - e vitaminas - como vit. A, B1, B2, C, E. [3]

Apresentam também uma boa fonte de fibra, proteína (em alguns casos) e exibem propriedades antioxidantes e antiinflamatória. São ricas em diversos compostos bioativos, como os polifenóis, responsáveis por muitos dos seus benefícios. [3]

Em particular o seu teor em iodo poderá ser especialmente benéfico. Este trata-se de um mineral essencial para a síntese de hormonas da tiroide e, cuja carência se tem manifestado preocupante, nomeadamente em Portugal, existindo diversos estudos que apontam para a necessidade de intervenção no nosso país. [4,5] O consumo de algas poderá ser uma forma de aumentar o aporte deste mineral. 

 

 

Preparação

Tipicamente encontramos este tipo de produtos sob a forma desidratada (ainda que, inclusivamente em Portugal, também possam ser encontrados na sua forma fresca). 

Adquirindo-as sob a sua forma desidratada, deves demolha-las antes de usar durante cerca de 10 mint (podendo variar consuante o tipo de alga utilizada). Em alternativa, podes colocar as algas desidratadas no forno durante alguns minutos para que fiquem estaladiças, caso queiras, por exemplo, pulverizá-las por cima de uma sopa. 

 

Ideias de utilização com diferentes algas
 Alga  Receita
 Kombu Sopa miso
 Wakame Salada de algas
 Nori Sushi, wraps 
Aramé Salteado de legumes e aramé

 

 

Pastéis de grão e kombu

 Exemplificando uma forma criativa de integração de algas na culinária, apresentamos esta receita de pastéis de grão e kombu, muito simples e rápida de preparar. Pode ser uma boa maneira de começar a introduzir as algas na alimentação diária, sendo que, neste prato, as mesmas se encontram mais "disfarçadas", o que pode ser uma boa alternativa para quem se está a habituar, por exemplo, à textura das mesmas, podendo usufruir dos benefícios nutricionais e outras características sensoriais (neste caso o sabor semelhante ao do peixe). 

 

 

 

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 Para 4 pessoas

 

Ingredientes:

  • 300g de grão de bico cozido
  • 120g batata (1 batata média)
  • 10 g algas kombu
  • 1 cenoura pequena
  • 1 cebola pequena
  • salsa
  • 1 c.chá de açafrão
  • 1 c. sopa de azeite
  • pimenta qb

 

Procedimento:

  • Coloca as algas de molho durante cerca de 10 minutos;
  • Descasca e coze a batata;
  • Esmaga o grão (ou tritura-o num processador de comida). Após a cozedura, esmaga também a batata;
  • Pica a cebola, a salsa e as algas;
  • Mistura todos os ingredientes. Molda a massa preparada em pequenos pasteis;
  • Leva ao forno a 180ºC durante cerca de 20 minutos.

 

 

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Fontes:

1 - Associação Portuguesa de Nutrição. Algas a gosto: considerações nutricionais e de saúde [Internet]. 2019. 45 p. Available from: www.apn.org.pt

2 - Rajapakse N, Kim SK. Nutritional and digestive health benefits of seaweed. Adv Food Nutr Res [Internet]. 2011 ;64:17–28. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22054935/

3 - Lomartire S, Marques JC, Gonçalves AMM, Pinto C. marine drugs An Overview to the Health Benefits of Seaweeds Consumption. 2021; Available from: https://doi.org/10.3390/md19060341

4 - Limbert, E., et al., Iodine intake in Portuguese pregnant women: results of a countrywide study. Eur J Endocrinol, 2010. 163(4): p. 631-5.

5 - Edward Limberta, et al., Aporte do iodo nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, 2012. 7(2): p. 2-7.